"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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O inédito em Dom Pedro II

Há alguns fatos inéditos sobre Dom Pedro II. O nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. Nasceu em 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro. O segundo imperador foi o primeiro fotógrafo brasileiro, tendo adquirido um daguerreótipo aos 14 (quatorze) anos. Dom Pedro II gostava de sorvete de limão e de baunilha, mas o tratamento de raspagem de pus nas amígdalas teria afetado permanentemente as suas cordas vocais. 

Dom Pedro II era um homem bonito, alto e de olhos azuis. Mas, quando abria a boca, a voz chamava mais atenção do que todo o resto: fina e muito aguda.

O imperador tinha uma rotina dura, acordando às 7h e encerrando o dia às 21h30, mas com mais leituras noturnas. Antes de completar 15 (quinze) anos, Dom Pedro II já sabia escrever em francês e traduzir o idioma inglês. Tendo um nível intelectual e educacional superior ao seu genitor. Há, outros fatos curiosos, também sobre o segundo Imperador do Brasil.  Foi órfão de mãe aos um ano de idade. Foi o regente que governou o Brasil por mais tempo, 49 (quarenta e nove) anos.

Casou-se com Teresa Cristina, uma princesa de Nápoles.  Ele morreu de pneumonia no dia 5 de dezembro de 1891. O seu corpo foi enterrado no Panteão dos Braganças, em Lisboa.

Seu enterro foi uma cerimônia bem discreta e íntima. Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, desejava que a cerimônia de enterro de seu pai fosse algo mais discreto e intimista. No entanto, acabou acatando o pedido do governo francês para a realização de um funeral oficial. Assim, no dia seguinte, muitas pessoas compareceram a cerimônia que ocorreu na Igreja de la Madeleine.

Além dos familiares de Dom Pedro II, o ato solene também contou com a presença de diplomatas franceses e diversos outros membros da realeza europeia. Em seguida, o caixão foi levado em cortejo até a estação de trem mais próxima e o corpo do monarca partiu de trem até Portugal, onde desembarcou na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa e, foi depositado no Panteão dos Braganças, em 12 de dezembro

Apesar do grande evento que aconteceu no Velho Continente, que contou com a participação de mais de 300 (trezentas) mil pessoas, os membros do governo republicano brasileiro se negaram a prestar qualquer manifestação oficial, já que estavam temerosos da repercussão que tivera a morte do imperador. Notou-se que o povo brasileiro foi na contramão disso e, não se demonstrou indiferente ao óbito de Pedro II. O país todo enviou diversas manifestações de pesar, como comércios fechados, toques de finados, bandeiras a meio pau, tarjas pretas em roupas, entre outras coisas.

Além disso, também foram celebradas missas solenes por todo o território brasileiro, que eram seguidas de pronunciamentos fúnebres que enalteciam a figura de Dom Pedro II e do regime monarquista. Enquanto o corpo de Dom Pedro II era preparado para o enterro, um pacote lacrado foi encontrado no quarto do monarca. Nele, havia uma mensagem peculiar escrita pelo próprio imperador: "É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria". A urna continha terra de todas as províncias brasileiras e foi colocada junto a seu caixão.

Ressalte-se que outro item curioso que foi sepultado junto de Dom Pedro II foi um livro, que estava embaixo do travesseiro que repousava a cabeça do Imperador. Aquele item simbolizava que ele levaria todo o conhecimento adquirido em vida mesmo após a morte. Os restos mortais de Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina chegaram ao Brasil no dia 8 de janeiro de 1921. O retorno do imperador foi feito em comemoração aos 100 (cem) anos da Independência do Brasil.

A chegada foi marcada por uma cerimônia com todas as honras de um chefe de Estado. O cortejo fúnebre percorreu o centro do Rio de Janeiro. Os restos mortais foram expostos na Quinta da Boa Vista. O imperador e a imperatriz foram sepultados na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis. Dom Pedro II foi um grande incentivador da educação, das artes e da ciência. Também foi um defensor do desenvolvimento econômico e social do país. Algumas das suas realizações mais importantes foram: proibiu o tráfico negreiro; construiu as primeiras linhas telegráficas e a primeira estrada de ferro do país; transformou o café no principal artigo de exportação do Brasil; incentivou a vinda de imigrantes europeus para o país; promoveu a abolição da escravidão; incentivou as artes, como o teatro; patrocinou e fez a curadoria dos stands brasileiros nas Exposições Universais; ajudou a difundir a fotografia no Brasil.  

D. Pedro II não só ficou encantado com o invento de Bell, como também se tornou amigo dele. Isso fez com que, em menos de um ano, o Brasil se tornasse os segundo país do mundo a contar com uma linha telefônica.  O inventor Alexander Graham Bell  contava com o respeito e admiração do monarca brasileiro. Os dois se conheceram na Exposição da Filadélfia, em 1876, onde o britânico apresentou uma de suas invenções: o telefone.  A importância do nosso monarca também era reconhecida por grandes sociedades científicas, das quais ele se tornou membro, como: a Royal Society, da Inglaterra; as Reais Academias de Ciências e Artes da Bélgica; a Academia de Ciências da Rússia; Académie des Sciences, da França; e a Sociedade Geográfica Americana. 
Ele já havia iniciado contato com Louis Pasteur demostrando sua preocupação com a febre amarela. Foi nessa ocasião que passou a admirar o cientista, investindo na inauguração de sua entidade, a primeira no mundo a estudar as doenças infecciosas.   Era respeitado por Darwin, o que reforça a importância de Dom Pedro II para a história da ciência brasileira. 

É sabido que o monarca gostava de conversar com grandes escritores e intelectuais, como Victor Hugo, porém, ele também trocava cartas com grandes personalidades ligadas à ciência, como o químico Louis Pasteur; o inventor Alexander Graham Bell; e o naturalista Charles Darwin.   Além de sua visita ao Brasil, o biólogo britânico também tinha boas ligações com nosso país por conta de Dom Pedro II. "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito”, declarou em certa ocasião. 

 

 

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/04/2025
Alterado em 23/04/2025
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