Tudo era poesia. Rimas invisíveis. Rimas risíveis. Os fonemas bailam junto com as folhas de outono. Tudo era literalmente poesia. Seu olhar, seus braços e principalmente seus beijos... Nossa nudez de almas despudoradas. Amávamos incondicionalmente. Num silêncio e, quando dentro das trevas, conhecíamos um a luz do outro...tocávamos as estrelas e, afagávamos o infinito. A paixão tórrida que se arremessa no abismo dos dias... Mas, numa esquina. Num tropeço. Numa palavra maldita. Um corpo eivado de ira explodiu... e todos os olhares desapareceram e, ficamos invisíveis e insensíveis. Tudo era poesia. Rima, lirismo e alegria... Era simples ser feliz.
A noite findou. Os primeiros raios da manhã riscavam a realidade. Acordamos e saímos, sem dizer nenhuma palavras. Como latinos somos intensos. Incineramo-nos inteiramente e, das cinzas da fênix, renascemos... para outra eternidade. E, até, para novos amores...