Silêncio
Dias desérticos. Uma sede infinita. Falta tanto afeto.
Inexistem pontes. E, os vínculos esmaecem ... As lágrimas ressecadas confessavam dores absurdas. Uma certa estranheza em ser humano.
Em ser falho. Errático ou como qualquer outro no planeta.
As pedras riam de mim. Enquanto tropeçava nelas com ar absorto, flutuando entre ideias, pensamentos e saudades. Saudades de mortos. Saudades de vivos... De referenciais calorosos, a brilharem sob o saara sentimental.
Não havia palavras. Nem fonemas. Nem um afago possível de um olhar, uma reverência, ou apenas, um sentimento de pesar.
Havia culpa nos outonos. E, frio do inverno incerto e sombrio narrava tragédias com tom de comédia... Tudo era engraçado até o fracasso.
Até a ausência e carência inequívoca de coisas banais. Um abraço. Mãos dadas. E, derradeiro aceno de adeus... a sinalizar o finito.
Dias desérticos. Nenhum camelo. Nenhum oásis, só pequenas gotículas de esperança.