Na fantasia sombria tropeçamos em nossos medos comezinhos. Mortos, almas e espíritos. A gritarem sobre o destino do mundo. Na alta fantasia construímos um mundo alternativo, paralelo e subterrâneo. Alojado em memórias infantis, em traumas juvenis ou, ainda, na contundência de ser adulto. Na fantasia romântica construímos um drama de amor, idealizamos o outro, esperamos afeto, plantamos expectativas e, no horizonte infinito, somente se deita o sol... em seus múltiplos tons alaranjados. Na fantasia científica, todos os transtornos obterão a cura. Todos os males, sendo doenças ou não, se findaram seja por terapia ou remédios... A ciência finalmente cria um ser humano inexpugnável. E, quase eterno. Nas tintas da fantasia pintamos um quadro idealizado, sonhado e, até impossível. Mas, tudo aquilo nos faz bem... A fantasia se nutre de desejos, de mecanismos de defesa e de realidade dos fatos... Tudo isso nos permite sobreviver e dotado de empatia. A literatura dá materialidade a fantasia e embala os sonhos e pesadelos dos sobreviventes.