Estou despida de minhas palavras. Não há fonética nem semântica. O que há é uma metafísica doente, a impregnar
de fé uma alma pagã. Estou despida de minhas palavras. Meu diálogo é dentro do silêncio... pelo sibilar dos ventos,
pelo crepitar do fogo e, pelos arrulhos das águas nascentes... que brotam, precipitam e, até congelam.
Em minhas veias não há sangue. Tudo é poesia vermelha e coagulante... Tudo é poesia híbrida, diversa e multifacetada.
As vezes há rimas, as vezes há simetria, as vezes só vige a matemática geométrica dotada de círculos concêntricos.
De ângulos auspiciosos e, de uma bússola que aponta para um norte imaginário.
Depois de tantas confissões... Posso dizer que sou culpada, pela consciência que abandonei. Pelas indecisões que saciei com a dúvida e a saudade.
Adeus.